segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Por uma alimentação saudável: a procura do equilíbrio

“Não basta ter acesso a bens alimentares. É necessário saber comer – saber escolher os alimentos de forma e em quantidades adequadas às necessidades diárias, ao longo das diferentes fases da vida”. Frases como esta têm vindo a banalizar-se ao longo dos tempos, sobretudo nos últimos anos, em que a consciência dos problemas de saúde e alimentação adquiriu particular importância. Com o tempo, este tornou-se apenas num dos muitos conselhos rotineiros que a sociedade se acostumou a ouvir passivamente, pelo que se foi perdendo grande parte do seu significado.



Há muito que se vem difundindo a ideia de que comer bem não é comer muito, mas sim comer de forma inteligente e saudável. Porém, nos países ocidentais, onde se encontram precisamente as maiores taxas de alfabetização e níveis culturais mais elevados, o excesso de comida (e de bebida), associado a um estilo de vida sedentário, está na base de algumas doenças que mais contribuem para a mortalidade, tratando-se de um factor predisponente para a obesidade, hipertensão, aterosclerose, diabetes tipo 2 e determinadas formas de cancro. Com efeito, problemas como a hipertensão, os elevados níveis de colesterol, o excesso de peso, o sedentarismo, o elevado consumo de sal, de gordura saturada e de ácidos gordos e o baixo consumo de fruta e vegetais são apontados, no Relatório Mundial da Saúde de 2002, como os principais factores de risco para as doenças crónicas.

E de acordo com a Dr.ª Vanessa Candeias, nutricionista na OMS (Organização Mundial de Saúde), em Genebra, “o consumo reduzido de fruta e vegetais causa, a nível global, cerca de 31% das doenças isquémicas cardíacas e 11% dos enfartes”. A nutricionista frisa mesmo que “apesar de a OMS recomendar […] a ingestão diária de 400 gramas de fruta e hortícolas, verifica-se um consumo global inferior ao recomendado”, sendo que “aproximadamente 2,7 milhões de vidas poderiam ser salvas todos os anos se se aumentasse o consumo destes alimentos”. Assim, medidas como o aumento da actividade física ou a redução global da percentagem de gordura na dieta podem beneficiar toda a população. Como não pensar duas vezes, quando 80% das doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2 podem ser prevenidas, assim como 40% dos cancros?


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